Há um número significativo de famílias e até profissionais que não têm ideia da dimensão da atuação multidisciplinar na atenção ao idoso, sobretudo, a atuação fonoaudiológica.
Muitas vezes, o fonoaudiólogo é chamado em casos já avançados. No entanto, a prevenção é imprescindível para a manutenção da qualidade de vida.
De modo bem objetivo a atuação profissional se divide entre os campos que enfocam as alterações linguístico-cognitivas e as alterações alimentares.
Levando em consideração que na prática gerontológica o profissional sempre enxerga o indivíduo como um todo, visto que, muitas vezes, uma alteração interfere na outra, esse olhar atento às alterações é fundamental no momento da avaliação fonoaudiológica.
As alterações linguístico-cognitivas, se tornam marcantes quando o idoso inicia um processo de alteração na compreensão e expressão oral. Estes domínios linguísticos estão dentro do que denominamos como campo das funções executivas. Nestes casos, a fonoaudiologia atua com estratégias linguísticas para manter as funções de comunicação preservadas e funcionantes durante o maior tempo possível. Uma atividade que, geralmente, requer orientações para melhor interação do idoso com o familiares.
Já as alterações alimentares, vão desde a recusa para fazer as refeições, passando pela dificuldade no ato de deglutir e, podem até mesmo chegar ao “esquecimento” sobre o passo-a-passo para a ingestão de alimentos. Alterações essas que vão requer um conjunto de técnicas específicas de reabilitação do tônus muscular, como também orientações específicas para familiares e cuidadores sobre adaptação da consistência alimentar, oferta da refeição diária e postura no momento e pós refeição.
Como dito inicialmente, o processo linguístico se entrelaça ao processo alimentar, uma vez que podemos utilizar a linguagem para nortear a alimentação, e vice-versa.
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Texto de Adriane Gama – Fonoaudióloga da Equipe Geriatre. Crfa 9531 RJ