Demência: Avaliação e conduta terapêutica no olhar da neuropsicologia

Na avaliação neuropsicológica a finalidade é mapear as áreas do cérebro, realizando testes padronizados e específicos para investigação das queixais apresentadas pelo paciente ou familiar.

Isso permitirá ao profissional uma ampla visão sobre o funcionamento cognitivo e emocional, auxiliando o médico assistente em seu diagnóstico diferencial

Ademais, é possível  estabelecer junto com a equipe um plano de conduta terapêutica para acompanhar a evolução do quadro após diagnostico.

O exame neuropsicológico é um dos critérios do DSM V para o diagnóstico da síndrome demencial, sendo indicado em diferentes situações clínicas. Geralmente, é  requisitado pelo médico para contribuir na investigação de um diagnóstico clínico ou traçar um perfil cognitivo quando já existir um diagnóstico fechado.

A avaliação neuropsicológica é indicada na investigação de casos de doença de Alzheimer, de déficit cognitivo associado a idade (CCL), de alterações cognitivas nos quadros de AVC, TCE, neuro-infecções, tumores cerebrais, distúrbios cognitivos associados ao uso abusivo de álcool e drogas e, alterações de cognição nos transtornos de humor como a depressão e a ansiedade. Além disso, colabora com diagnostico diferencial das demências.

Antes de se estabelecer o diagnóstico de síndrome demencial ou mesmo de declínio cognitivo leve é necessário se investigar outras possíveis causas para as alterações apresentadas tanto pelo paciente, quanto as queixas apresentadas pelo familiar

Alterações metabólicas podem intervir de forma negativa no desempenho cognitivo podendo constituir um falso positivo para o diagnóstico de síndrome demencial.

Dentre as causas metabólicas encontradas destacamos as alterações de vitamina B12, vitamina B1, ácido fólico, os hormônios T3 e T4, infecções urinárias e diabetes, que podem induzir ao quadro de perda cognitiva transitória.

Após a avaliação, algumas condutas podem ser realizadas pelo neuropsicólogo. Dentre elas, a orientação familiar, psico-educação e estimulação cognitiva para com o paciente.

Na estimulação cognitiva podem ser utilizados exercícios e atividades terapêuticas que buscam preservar o desempenho de domínios como: memória, atenção, raciocínio, funções executivas, entre outros. O foco deverá estar sempre preservação da autonomia funcional, das atividades de vida diária e da qualidade de vida.

No momento da orientação aos familiares buscamos entender o funcionamento diário e, orientamos quanto as possíveis  dificuldades que podem surgir  ao lidar com pacientes acometidos pela doença. Destinar suporte à família é  fundamental.

Texto: Liliane Rapozo – Neuropsicóloga da Equipe Geriatre

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