No mês de janeiro se trabalha a conscientização para doenças mentais. Tema que ao longo dos anos sofreu profundas mudanças. Boa parte traduzida em desenvolvimento humano, tecnológico, medicamentoso e de estratégias de moradia, internação e ocupação do tempo.
Ainda acho que se atribui um senso de “doença” e “patologização” aos quadros clínicos simples ou ao que é diferente. Existe uma vasta literatura sobre o assunto, desde textos técnicos, “best sellers” e romances. O que traz muitas mudanças boas como, por exemplo, a redução do preconceito através de mais conhecimento e a proximidade com os temas.
Filmes incríveis ajudaram a colocar de vez o tema no cenário mundial e nas pautas de discussões, como: “Melhor impossível”, “TOC TOC”, “ O lado bom da vida”, dentre outros, e livros com recordes de vendas como do psiquiatra Irvin Yalom que lançou luz ao tema através de romances, com profundo conhecimento e prática clínica.
Chegando finalmente ao tema da saúde mental/emocional relacionada aos idosos, o que temos como cenário não é tão otimista ou positivo assim. Atualmente, o que se tem é um enorme grupo de idosos que, além de não terem tido acesso a formas adequadas de tratamento ao longo dos anos, não estão inseridos em projetos sociais e muitas vezes com acesso precário a renda e trabalho.
Com a intenção de propor um estilo coletivo melhor, do ponto de vista do trato com pessoas, sejam elas portadores de alguma síndrome, alteração ou transtorno ou não, proponho que caminhemos para um olhar social e coletivo menos crítico e mais amoroso. Aumentando a capacidade de se comunicar e fazer perguntas mais expandidas e ampliar a abertura pra se aproximar e conviver com o diferente.
Para além de políticas inclusivas, que tenhamos empatia e compaixão – palavras que estão na moda e que podem fazer muito bem quando utilizadas para se relacionar com outras pessoas.
Viva a diferença: que sou eu e o próximo!!!
Texto de Wallace Hetmanek – Psicólogo da Equipe Geriatre