Chegando ao final do mês com a campanha Fevereiro Roxo, abordaremos um pouco da contribuição de uma equipe multidisciplinar para proporcionar conforto aos indivíduos acometidos por tais doenças crônicas.
O Gerenciamento do cuidado para idosos acometidos por doenças crônicas incapacitantes
Quando um indivíduo idoso se torna dependente de cuidados de terceiros, em decorrência de doenças que podem culminar com a perda da capacidade funcional e/ou cognitiva, a família tende a se desequilibrar um pouco.
Não é fácil conviver com situações novas, permeadas por condições estressantes, geradas pela falta de conhecimento e de habilidades para lidar com os problemas que gradativamente se instalam na dinâmica familiar.
Um olhar ampliado obtido a partir de uma avaliação gerontológica, ajuda na elaboração do plano de cuidados, da organização da rotina, e na definição sobre quais profissionais são necessários, e em que momento entram ou saem do círculo do cuidado conforme a evolução da doença.
O gerenciamento do cuidado ajudará família e os profissionais na elaboração de estratégias conforme o prognóstico de cada situação. Além disso, nos permiti prevenir problemas futuros que, via de regra, surpreendem as famílias de idosos com dependência.
Um gerenciamento bem executado, através de um monitoramento sistemático, ajuda a família a otimizar seus recursos, reduzir o estresse causado pela sobrecarga, e facilita sobremaneira a rotina e convivência familiar. Isto, com certeza, produz a continuidade do cuidado.
Maria Angélica Sanchez – Formação em Serviço Social com pós-graduação em Planejamento e Saúde do Idoso pela ENSP/Fiocruz. Especialista em Gerontologia titulada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Mestre e Doutora em Ciências pela FCM/UERJ. Atua com famílias no gerenciamento do cuidado.
Contribuição da Psicoterapia nos casos de demência
Parte do trabalho em psicoterapia em casos de demências envolve avaliação do estresse e sobrecarga do cuidador, seja ele formal ou um familiar responsável pelos cuidados. Também envolve a prestação de suporte na dinâmica domiciliar, e pra as pessoas que participam do cotidiano do idoso.
Em um sentido mais amplo do cuidado, podemos pensar na intervenção gerontológica multidisciplinar, trabalhando junto aos familiares a viabilização de outros profissionais que promovam adaptações para tornar o ambiente mais amigável e seguro para o idoso.
Uma das formas de se pensar uma atuação diferenciada para o contexto de perdas cognitivas será através da sugestão de atividades para o dia a dia buscando, por exemplo, maior estimulação.
Desta forma, o treino de estratégias com os cuidadores diminuirá o número de conflitos, confrontos e estresse.
Entender que em boa parte dos casos a memória de curto prazo está alterada é importante, e que a memória emocional pode ser um grande instrumento de mudança nas relações. Ter boas experiências, com alegria, afeto e riso pode facilitar muito e dirimir conflitos para alimentação ou banho, por exemplo.
Em resumo, o trabalho específico do psicólogo pode ser relativamente bem conhecido, contudo os diferencias que uma visão gerontológica pode trazer para que os desfechos sejam positivos é o que a Geriatre vem trazendo em seu DNA.
Wallace Hetmanek é psicólogo com Pós-graduação em Geriatria e Gerontologia pela FCM/UERJ e treinamento profissional em psicologia gerontológica no Serviço de Geriatria Professor Mario Sayeg – UERJ. É especialista em Gerontologia titulado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Contribuição da Psicoterapia nos quadros de fibromialgia e Lúpus
A base da psicoterapia para pessoas acometidas por fibromialgia e por lúpus é o acolhimento através da escuta para as manifestações do sofrimento emocional causada pelas limitações dessas doenças.
Limitações impostas pelos desgastes à saúde física e emocional, como o isolamento social, a baixa estima, tristeza, irritabilidade, ansiedade, alteração da imagem corporal, alterações de sono e do uso de medicamentos, podem afetar o sistema nervoso central.
As mudanças significativas na rotina de vida diária e nas atividades laborativas podem causar estresses diários e podem acentuar a vulnerabilidade para lidar com as situações adversas.
No tratamento psicoterápico conduzimos a pessoa a buscar um novo sentido para sua situação, revendo seus valores, objetivos e definindo prioridades frente a sua nova condição.
Liliane Rapozo é psicóloga (CRP: 05/37608) com Pós-graduação em Geriatria e Gerontologia pela FCM/UERJ e em neuropsicologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
Contribuições da nutrição
Aliada ao tratamento de qualquer doença, a nutrição pode ser um meio de proporcionar conforto para quem precisa. Ter um estilo de vida saudável pode contribuir para melhora na qualidade em qualquer fase do ciclo de vida.
Ainda que não haja recomendações específicas relacionadas com a alimentação para tais doenças, é sabido que podemos tratar os sintomas que aparecem, e dessa forma ter um ganho subjacente.
Comer é um dos grandes prazeres do homem e isso não deve mudar, mesmo diante de um quadro difícil, dessa forma podemos usar nossa relação com a comida para termos esse prazer e, consequentemente, um bem estar emocional, assim como utilizar os pratos como presentes e formas de se relacionar com um ente querido.
É importante descobrir o que o corpo precisa!
E lembre-se: é necessário entender que os efeitos dos alimentos no organismo variam de pessoa para pessoa. Por isso, buscar um acompanhamento especializado para ter melhores resultados é fundamental. O nutricionista vai elaborar um plano personalizado a partir dos resultados de seus exames e da avalição clínica.
Tainah Canário é nutricionista com Pós-graduação em Geriatria e Gerontologia pela FCM/UERJ
Contribuições na fonoaudiologia nos casos de fibromialgia
Dentre nos inúmeros agravos causados pela doença, destaca-se a articulação travada e a disfonia psicogênica.
Articulação travada – a dor e a dificuldade consequente para a realização do movimento, impedem uma adequada movimentação. E a fonoaudiologia se faz presente para minimizar tanto a dor quanto para auxiliar no processo de movimentação da musculatura orofacial.
Disfonia psicogênica – alteração vocal de característica psicológica, esta disfonia necessita de atenção conjunta da fonoaudiologia e psicologia. Potencializando a retomada de um padrão vocal adequado e confortável ao paciente.
Contribuições na fonoaudiologia nos casos de lúpus
As complicações causadas por lúpus também são inúmeras. Dores articulares, inchaço e rigidez muscular culminam em alterações na movimentação da musculatura orofacial, semelhantes às descritas na Fibromialgia. Etiologias diferentes, com abordagens terapêuticas fonoaudiológicas bem próximas. O aparecimento de lesões na boca, precisa ser acompanhado de perto por equipe multidisciplinar, com foco na prevenção de uma disfagia mecânica (alteração de deglutição em consequência de acometimento de estruturas fundamentais envolvidas no processo).
Contribuições na fonoaudiologia nos casos de doença de Alzheimer
É extremamente difundida a atuação da fonoaudiologia na doença de Alzheimer. A atuação vai desde as fases iniciais com atividades conjuntas à Neuropsicologia e com foco no desacelerar da degradação neurológica que impacta o aspecto cognitivo; e finda com o paciente já em fase avançada com agravos deglutitórios severos.
Adriane Gama é fonoaudióloga (Crefono 9531RJ) com Pós-graduação em Geriatria e Gerontologia pela FCM/UERJ e treinamento profissional em fonoaudiologia gerontológica no Serviço de Geriatria Professor Mario Sayeg – UERJ. Mestranda em ciências no Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da UERJ.
Contribuições da fisioterapia nos quadros de fibromialgia
O tratamento fisioterapêutico tem como objetivos principais: minimizar o quadro álgico agindo nas partes mais doloridas (tender points), restaurar amplitude de movimento, regular e fortalecer tônus muscular, melhorar as funções cardíacas e respiratórias, além de promover a reeducação postural.
Contribuições da fisioterapia nos quadros de doença de Alzheimer
Sabe-se que a prática de atividade física leva a uma melhora das habilidades motoras, da qualidade do sono, da circulação sanguínea e previne algumas lesões ortopédicas, além do treino aeróbico que otimiza as funções mentais.
Assim o tratamento fisioterapêutico passa a ter grande valia para retardar a progressão das perdas motoras, evitar encurtamentos e deformidades e, consequentemente, incentivar a independência do idoso.
Contribuições da fisioterapia para pacientes portadores de lúpus eritematoso sistêmico.
A fisioterapia baseada na cinesioterapia pode ser eficaz na diminuição da dor, no aumento da força muscular, aperfeiçoamento da capacidade funcional, gerando assim, melhora na qualidade de vida.
Maria Fernanda Vianna é Fisioterapeuta (Crefito- 195767-F) com Pós-graduação em Geriatria e Gerontologia pela FCM/UERJ e treinamento profissional em fisioterapia gerontológica pelo Serviço de Geriatria Prof. Mario A. Sayeg – UERJ
Contribuição da acupuntura nos casos de fibromialgia
A cada dia que passa nossa sociedade exige mais de nós, tornando nossos dias mais agitados e estressados e com mais raiva do que deveríamos e do que nosso corpo é capaz de suportar.
Toda essa agitação, exige do nosso corpo muita energia, que é desgastada de diversas formas, gerando assim dores crônicas, principal sintoma da Fibromialgia.
Isso significa que a maior parte da energia e do sangue que deveriam estar circulando pelo corpo fazendo a manutenção das funções ficará parada deixando os músculos desnutridos e por consequência tensos.
A Medicina Chinesa explica as doenças psicossomáticas, onde um problema emocional gera dores incapacitantes exatamente como acontece na Fibromialgia.
O estresse emocional e a raiva, geram a dor crônica incapacitante. É recomendado que portadores de Fibromialgia façam acupuntura para corrigir os problemas de circulação e controle do estresse.
Vanusa Constenaro é fisioterapeuta e acupunturista