O que importa saber sobre a sarcopenia
A Sarcopenia é um importante problema que pode prejudicar os indivíduos ao longo dos anos. Contudo, cada vez mais os estudos mostram a importância do diagnóstico e do tratamento.
É uma síndrome caracterizada pela redução de massa muscular esquelética e associada à diminuição da força muscular e ao desempenho físico, principalmente no idoso.
Trata-se de uma patologia que pode se intensificar por fatores relacionados à doenças e/ou estilo de vida inapropriado tais como, o sedentarismo, os níveis hormonais diminuídos e a queda da absorção de proteína pelo organismo.
Além das consequências físicas negativas, ainda pode haver aumento de ocorrências de quedas, limitação para atividades da vida e aumento do risco de internações.
Após os 50 anos, estima-se que pode ocorrer 1% de perda anual de massa muscular, de 2% da velocidade de marcha e de 1,9 a 5,0% de força de preensão palmar. A redução de massa muscular atinge, aproximadamente 20% das mulheres.
Sarcopenia: Como avaliar a massa muscular?
Aqui são desatacados alguns métodos para o diagnóstico da sarcopenia
Dados antropométricos – Índice de massa corporal (IMC) e circunferência da panturrilha (CP), medida de reserva de tecido muscular mais fácil de ser medida e também porque são mais sensível às alterações musculares.
É um indicativos de de perda de massa muscular quando a medida da panturrilha é menor que 32 em mulheres e, menor que 34 em homens (OMS)
A bioimpedância – é um aparelho para medir o índice de massa muscular esquelética. É um método utilizado, geralmente, por médicos e nutricionistas.
O dinamômetro – é um aparelho que mede a força de preensão palmar. O melhor ponto de corte para o sexo masculino é menor que 30kg e para o sexo feminino, 20kg.
O DXA( Absorciometria de Raio-x e energia Dual é uma avaliação utilizada junto com a densitometria óssea, para avaliar a quantidade de gordura, massa muscular e massa óssea.
O TUG ( Timed Up and Go) – É um teste que avalia a mobilidade funcional e o equilíbrio dinâmico, envolve potência, velocidade e agilidade em atividades que incluem levantar, caminhar e sentar.
Sarcopenia: classificação
Primária: Geralmente está associada ao envelhecimento.
Secundária: Pode surgir como consequência de uma doença aguda ou crônica. Ex: Pós-Covid-19
Ação multidisciplinar no tratamento da Sarcopenia
Visando aumentar a eficácia do tratamento o melhor investimento é o trabalho multidisciplinar, porque para a reversão do quadro é fundamental uma ação integrada da fisioterapia e da nutrição.
A intervenção fisioterapêutica
O tratamento fisioterapêutico envolve exercícios de resistência progressiva, de equilíbrio e aeróbicos.
Estes exercícios têm o objetivo de aumentar a força muscular, prevenir eventuais quedas, minimizar a incapacidade funcional e otimizar a independência nos idosos.
Texto: Maria Fernanda Vianna – Fisioterapeuta da Equipe Geriatre
Cuidados Nutricionais na Sarcopenia
Alimentação Saudável
É muito importante seguir uma alimentação saudável, com refeições variadas e pratos coloridos.
O idoso deve realizar 6 refeições diárias, com porções adequadas de verduras, legumes e frutas diariamente. isto se constitui em aporte proteico adequado, porque as necessidades proteicas são elevadas.
Alimentos ricos em proteína
A ingestão adequada de proteínas é fundamental, porque isso pode ajudar na manutenção ou no aumento da massa muscular.
Aliado a isso, é importante considerar a qualidade da proteína animal diária como um fator importante.
As proteínas de origem animal são as preferidas, pois elas são mais completas. Tenha sempre no prato uma porção carne vermelha, ou de frango, ou de peixe, ou ovos. Além disso, consumir iogurte e queijos no lanche é café da manhã é uma ótima opção.
O consumo de proteína vegetal também é muito importante. Prepare pratos com leguminosas como feijão, soja, lentilha, ervilha, grão de bico, pois também são fontes de proteínas.
É importante que se evite o consumo de alimentos ultra processados, porque estes alimentos são ricos em gorduras, açúcar e substâncias usadas exclusivamente em indústrias como os conservantes e os corantes.
Como exemplo de ultra processados desatacamos os biscoitos recheados, salgadinhos empacotados, refrigerantes e macarrão “instantâneo”, embutidos etc.
Uso de suplementos
Quando se confirma o diagnóstico da sarcopenia o nutricionista deve orientar quanto ao consumo de suplementos hiperproteicos com aminoácidos essenciais e deverá avaliar a suplementação com vitamina D.
Neste caso, se o idoso estiver com baixo peso, também se faz necessário aumentar a densidade calórica da dieta porque isso contribuirá com a melhora do quadro
Caso o idoso não tenha uma boa aceitação do suplemento, contudo aceitar poucos volumes, deve se oferecer mini doses de suplemento conforme a orientação do nutricionista.
Dicas importantes
A distribuição de proteínas ao longo do dia nas principais refeições deve ser de aproximadamente de 25 a 30g de proteínas por refeição.
Exemplo prático: 100 gramas de carne bovina = 1 bife médio = cerca de 25g de proteína
Variar os sabores, texturas e formas de apresentação
Com objetivo de se evitar a monotonia alimentar e a não adesão a terapia nutricional faça smoothie com frutas, vitaminas com frutas e cereais, barras hiperproteicas, cremes, mousses com suplemento, sorvetes etc.
Texto: Glaucia Campos – Nutricionista consultora Equipe Geriatre
Um pouco de informações acessar os links abaixo
https://www.scielo.br/pdf/fm/v24n3/10.pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-790X2018000300406&script=sci_arttext
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0482-50042006000600006&script=sci_abstract&tlng=pt